Gestão Emocional no Trânsito

“A segurança no trânsito está condicionada também as nossas atitudes, é importante conhecer, obter inteligência emocional e fundamentalmente, exercitá-la.”

Este assunto, Gestão Emocional, a muito vem sendo debatido e para iniciarmos cito Daniel Goleman onde destaca que [i]Inteligência Emocional é a capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e o dos outros, de nos motivarmos e gerirmos os impulsos dentro de nós.”

Em conversa com Odete Brancher, ela que é Mentora, palestrante e treinadora, no desenvolvimento das habilidades comportamentais e atitudes, também para o trânsito, concluímos que é fundamental desenvolver essa inteligência emocional para conhecer e fazer a gestão das nossas emoções em todos os ambientes e relações seja as pessoais e as profissionais.

Especialmente em se falando em trânsito há que se priorizar a educação, que através dela conseguiremos proporcionar o debate e a reflexão sobre essas emoções no trânsito.

É certo que todos têm reações relativas às emoções e ela está intrinsecamente atrelada a nossa condição de ser humano, porém as conseqüências advindas dessas reações é que poderão ser minimizadas ou amplificadas para o bem ou para o mal, isso a depender de o quanto possuímos conhecimento através da educação emocional.

No trânsito temos visto ao longo de décadas que a educação é negligenciada, levada a segundo ou terceiro plano por motivos que ainda são difíceis de entender, mas tragicamente dia a dia somos informados ou ainda sendo vítimas diretamente desse resultado.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS e Organização Pan-America de Saúde - OPAS, [ii]Globalmente, mais de 3,5 mil pessoas morrem todos os dias nas vias, o que equivale a quase 1,3 milhão de mortes evitáveis e cerca de 50 milhões de pessoas lesionadas a cada ano - tornando-se a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo. Neste cenário, os acidentes de trânsito devem causar mais 13 milhões de mortes e deixar 500 milhões de pessoas lesionadas durante a próxima década, especialmente em países de baixa e média renda. Esses números são inaceitáveis, tanto em termos absolutos quanto relativos. Os acidentes de trânsito continuam sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, embora cada uma dessas mortes e lesões seja evitável.”

O Código de Trânsito Brasileiro – CTB, que para muitos especialistas é um código referência, trouxe o tema EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO em seu capítulo VI. Destaca-se aqui especialmente o art. 76 o qual de forma direta determina que [iii]A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.”      

Cremos que através da educação poderíamos atingir um cenário muito diferente da qual temos hoje, a final o CTB entrou em vigor em janeiro de 1998, e já se passaram mais de 24 anos que a Educação para o Trânsito não saiu do papel.

Com a efetiva educação para o trânsito seria possível proporcionarmos aos mestres e alunos a possibilidade de trabalhar e exercitar a educação emocional para frente às condições apresentadas pelo cotidiano e através dela as reações pudessem ser controladas ao poder de gerenciar melhor as conseqüências.  

A Educação Emocional, de acordo com matéria publicada no site PEETRANSITO é [iv]“(...) o processo de desenvolvimento de habilidades emocionais para o trânsito, envolvendo a autopercepção e o controle emocional, bem como o altruísmo, a empatia e a cooperação para a prevenção de acidentes, infrações, conflitos e/ou manejo do stress, saúde e qualidade de vida dos condutores” (RAMALHO, 2011).

Neste sentido e sem qualquer pretensão de esgotar o tema “GESTÃO EMOCIONAL NO TRÂNSITO” pelo contrário, o objetivo do artigo é justamente trazer o tema para o debate em todos os níveis e quem sabe chamar a atenção para uma EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO com o propósito de colocarmos em prática este autocontrole que será adquirido através da devida e necessária capacitação, mas fundamentalmente é necessário CONHECER para COMPREENDER para então CONCRETIZAR.

As emoções sempre estarão presentes em cada um de nós, sempre iremos reagir frente as situações que serão apresentadas, seja nas relações pessoais, familiares, no trabalho e assim também no trânsito, e o desafio aqui é proporcionar uma REAÇÃO adequada a cada situação.

De acordo com o site Centro de Prevenção de Acidentes (CEPA) o condutor capacitado e que utiliza dos 5 pilares para um transito mais humanizado e seguro certamente é uma pessoa melhor na sociedade, a final ele é também parte dela

Os cinco pilares estão divididos em Autoconsciência, Controle das emoções, Motivação, Empatia e o Controle das emoções com outras pessoas.

Situação hipotética, mas que com gestão emocional podemos mudar o final, por exemplo: numa ultrapassagem realizada por outro condutor em local proibido você percebe que ele não conseguirá completá-la com segurança, neste momento você adotando as técnicas da direção defensiva e o controle emocional mesmo frente a irregularidade praticada por outro, diminui a velocidade e deixa que o condutor possa sair da situação de risco e de forma segura para todos ele possa retornar a sua mão de direção.

Isto seria o óbvio e ótimo, mas infelizmente não é o que vemos por aí.

Precisamos urgente da educação para o trânsito e com ela desenvolvermos o controle das nossas emoções e aos impulsos indesejados.

E você como está sua educação emocional?

Boa semana!

Emerson Andrade
Especialista em Meio Ambiente, Gestão e Segurança no Trânsito.

Nota: Divulgação autorizada e estimulada, desde que citada à autoria.

#inteligênciaemocional #gestã #Transito #ctb #onsv #educação  

Referência bibliográfica:

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