Evolução das Espécies – homo sapiens!!!
Evolução das Espécies
– homo
sapiens
A sociedade contemporânea em que
vivemos é marcada por várias mudanças. Precisamos a todo o momento nos
adaptarmos ao meio, para nossa própria sobrevivência. Mudanças essas de
paradigmas, mudanças culturais, sócio-econômicas e de valores, que implicam
necessariamente em uma re-adaptação.
Ao longo da historia, temos
vários pensadores ou escolas, que tentam explicar nossa evolução, através de
várias teorias. Para os neo-evolucionistas o estudo de evolução cultural é sinônimo
do estudo do processo técnico ou tecnológico. O homem, como todos os animais,
explora o meio ambiente para obter uma forma de preservar a vida e garantir a
perpetuação da espécie.
Temos também o evolucionismo
cultural, talvez o que mais se adapta a situação que quero evidenciar. Pois
para Winick (1969:258), evolucionismo é a “teoria segundo a qual toda a vida e
o universo se desenvolveram graças ao crescimento e às mudanças”.
É então, o evolucionismo cultural
que concebe a cultura quando e onde quer que se encontrem o seu desenvolvimento
progressivo através dos tempos e a seqüência básica desse desenvolvimento entre
todos os povos da terra. (Antropologia – Marconi e Pressotto).
O ser humano por natureza, mantém viva as características do nômade.
Desde os primórdios, tempos pré-históricos, a luta pela sobrevivência estava
intimamente ligada pela busca de alimentos, segurança, com muitas adversidades,
como o clima, e os predadores. A violência era uma forma de manter suas tribos
a salvo e assim foram evoluindo e se adaptando.
Neste
contexto a agressividade também é um componente na vivência de todo ser humano
e se articula na afetividade de todas as pessoas, pois é algo natural e
necessário para a sobrevivência e crescimento do homem! Evidentemente, o que nos
assusta é justamente, a forma que essa agressividade se manifesta.
Com a evolução da civilização, o gênio inventivo da
humanidade criou o Automóvel, e com ele uma infinidade de outros veículos. Para
isso, foi necessário criar estradas e um gigantesco sistema de transportes para
atender a evolução automobilística, bem como todas as nossas necessidades, ou
quase todas.
Os dias atuais, me lembra as aulas de Filosofia Jurídica,
Ciência Política, Teoria Geral do Estado, onde ouvia a explanação dos mestres,
a respeito das formas de governo, principalmente a teoria defendida por Tomás
Hobbes, que afirmava que os homens, no estado da natureza, eram inimigos uns
dos outros e viviam em guerra permanente e como toda guerra termina com a
vitória dos mais fortes, o Estado surgiu como resultado dessa vitória, sendo
uma organização de grupo dominante para manter o domínio sobre os vencidos.
Para Aristóteles, o Estado é encarado como uma instituição
natural necessária, decorrente da própria natureza humana. Sua finalidade
primeira seria a segurança da vida social, a regulamentação da convivência
entre os homens, e em seguida, a promoção do bem estar coletivo.
Analisando as frases célebres de
Hobbes que descreve o homem como: "Homo homini lupus", o homem é
o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de
todos contra todos, posso entender e não compreender o que está acontecendo em
nossa sociedade, principalmente na questão trânsito. O ser humano, frente à
necessidade de ver seus desejos atendidos, obviamente que achando serem mais
prioritários do que os dos outros, se lançam numa busca ao seu estado mais
primitivo para vê-los atendidos.
Estamos assistindo a tudo, como
se estivéssemos num reality show, não foram as poucas as vezes, que as pessoas
chegaram a se degladiar, como se numa arena estivessem. Tudo para mostrar quem
é o mais forte, e garantir assim, por força, como se num Estado natural
estivesse.
As sociedades primitivas são
sociedades sem Estado, e isso não é novidade.
Agora é necessário pararmos para
refletir. Onde está a falha? Porque essa falta de compreensão? Porque essa
falta de respeito com as regras impostas? Porque a falta de respeito para com
os outros?
A obra “Dos Delitos e Das Penas”,
do célebre Cesare Beccaria, apesar de trazer a reflexão do sistema criminal,
ela também trás para nossa sociedade os aspectos sobre erros e preconceitos,
leitura importantíssima a qualquer pessoa que gosta de boas obras, apesar de um
tanto quando complexa num primeiro momento, mas, aos poucos ela toma um
direcionamento interessante, razoável e nos dias atuais, bem questionável.
Não podemos nos acostumar com estas
situações diárias que estão ocorrendo e sendo noticiadas, as tendo como
normais. Há um descontentamento em função dos transtornos causados pelas
mudanças que estamos sendo submetidos, mas ao mesmo tempo, não justifica,
sairmos para fazer justiça com as próprias mãos, a quem não tem culpa, sendo
tão vítima como qualquer outra pessoa.
Estamos vivendo um Estado
democrático de direito, talvez não tanto de fato, pois ainda há flagrantes de
censura, mas com isso não justifica as barbáries que estamos nos submetendo. É
chegado o momento, de buscarmos juntos, um mundo melhor para se viver, a vida é
curta demais, para ficarmos brigando uns com os outros, brigas estas que não
nos levam a nada, pelo contrário, somente despertam sentimentos ruins, como o
ódio, o rancor, que com certeza, só faz mal ao seu hospedeiro.
Há várias formas de buscarmos nas
garantias, inclusive às constitucionais. Mas, para isto deveremos usar nossas
representações devidamente legitimadas pelo sufrágio. Não podemos jogar fora
todas as conquistas ao longo dos séculos. A final somos homo sapiens (homens
que sabem que sabem ou homens sábios). Diante da atual conjuntura, com tamanha a barbárie no trânsito,
fica o questionamento, somos homo sapiens?
Autor: Emerson Luiz Andrade
Especialista em Educação para o
Trânsito
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